Fóssil descoberto no RS reforça conexão Brasil e África milhões de anos atrás; veja imagens
Fóssil descoberto no RS reforça conexão Brasil e África milhões de anos atrás
Um fóssil de réptil que viveu há mais de 240 milhões de anos descoberto por pesquisadores no município de Dona Francisca, na região central do Rio Grande do Sul, em maio deste ano reforça a teoria da Pangeia (de que, milhões de anos atrás, todos os continentes estiveram unidos em um único supercontinente) e dá mais detalhes da relação entre o Brasil e a África.
O animal antecede os dinossauros e pertence à linhagem que deu origem a jacarés e crocodilos. Os fragmentos foram encontrados entre rochas usadas em uma construção. Após análises em laboratório, os cientistas confirmaram que se trata de uma nova espécie, batizada de Tainrakausuchus bellator, que em guarani significa "crocodilo do dente pontudo".
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De acordo com Rodrigo Temp Müller, paleontólogo do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Universidade Federal de Santa Maria (CAPPA/UFSM), o achado confirma a presença de um grupo raro no registro fóssil brasileiro.
"Eles não são dinossauros, mas sim animais que viveram antes deles e estão relacionados à linhagem que deu origem aos jacarés e crocodilos. Este animal tem características únicas que o distinguem como uma nova espécie", afirmou Müller.
Paleontólogo Rodrigo Temp Müller mostra fóssil de Tainrakuasuchus bellator encontrado no RS
Rodrigo Temp Muller/UFSM
A descoberta foi publicada em um periódico científico internacional e ajuda a entender a diversidade de predadores que antecedeu a ascensão dos dinossauros.
O fóssil inclui vértebras, parte do quadril e a mandíbula. Segundo os pesquisadores, o animal tinha cerca de 2,5 metros de comprimento, pesava aproximadamente 60 kg, era quadrúpede e carnívoro, características de um predador ágil.
Equipe liderada pelo paleontólogo Rodrigo Temp Müller encontrou esqueleto parcial, com partes da mandíbula, da coluna vertebral e da cintura pélvica
Rodrigo Temp Muller/UFSM
Ligação com a África
O estudo indica que a espécie reforça a conexão entre América do Sul e África há 240 milhões de anos, quando os continentes formavam o supercontinente Pangeia.
"Nesta época específica, houve registros no Brasil e na Tanzânia. As faunas eram semelhantes porque a Pangeia permitia a dispersão entre esses locais", explica o paleontólogo Maurício Garcia.
Arte mostra como seria o Tainrakuasuchus bellator, que teve fóssil encontrado no RS
Reprodução/Arte UFSM
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