Pousada Garoa: incêndio que deixou 11 mortos completa um ano; relembre a tragédia e veja avanços na investigação

  • 26/04/2025
(Foto: Reprodução)
Caso aconteceu na madrugada do dia 26 de abril de 2024, em Porto Alegre. Local abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade social. 15 pessoas ficaram feridas e dezenas sobreviveram. Um ano do incêndio da Pousada Garoa Era madrugada de 26 de abril de 2024 quando o fogo tomou conta da Pousada Garoa, na Avenida Farrapos, em Porto Alegre. Onze morreram, 15 ficaram feridos e dezenas sobreviveram. O local abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade social. Um ano depois, o caso segue com desdobramentos. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp As investigações seguem em diferentes frentes: um inquérito da Polícia Civil, um processo na Justiça e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores da capital. Atualmente, o prédio continua completamente destruído. A estrutura não foi utilizada e também não passou por nenhum tipo de reforma. Pousada Garoa um ano após incêndio em Porto Alegre Reprodução/ RBS TV Nesta reportagem, o g1 retoma o que se sabe sobre o caso: Como foi o incêndio O fogo começou por volta das 2h30 da madrugada. O incêndio aconteceu em uma das unidades da Pousada Garoa, que fica entre as ruas Barros Cassal e Garibaldi, a poucos metros da Estação Rodoviária da Capital. Os relatos são unânimes em um ponto: a propagação foi rápida. Para fugir das chamas, algumas pessoas se jogaram das janelas do segundo e do terceiro andar. Cerca de 40 pessoas estavam no estabelecimento na hora do incidente. Os bombeiros que atenderam a ocorrência explicaram que enfrentaram dificuldades devido à magnitude do fogo e à estrutura de madeira do prédio, além da falta de sinalização de emergência. Os agentes encontraram 10 vítimas em cômodos da pensão. A 11ª pessoa morreu no hospital após ser socorrida. Local da pousada que foi atingida por incêndio que matou pessoas em Porto Alegre g1 Investigação As investigações da Polícia Civil concluíram que houve falhas estruturais, negligência na manutenção e ausência de fiscalização adequada. Três pessoas foram indiciadas: o proprietário da pousada, André Kologeski, e dois servidores da Prefeitura, Cristiano Atelier Roratto, então presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), e a fiscal de contrato Patrícia Mônaco Schüler. O g1 entrou em contato com as defesas em janeiro deste ano, quando o Ministério Público fez a análise a respeito dos indiciados. A defesa de André Kologeski da Silva diz que "ainda persistem dúvidas sobre a possibilidade do incêndio ter sido criminoso. Por isso, estamos fazendo alguns questionamentos a autoridade policial. A defesa e o acusado estão empenhados na busca da verdade real, para que seja feita justiça" Já a defesa de Patrícia Mônaco Schülert afirma que "após ter acesso e analisado a íntegra do Inquérito Policial, observamos que carece de muitos documentos, oitivas de pessoas e informações imprescindíveis para que realmente o fato seja esclarecido. O Ministério Público recebeu as partes e temos certeza que irá solicitar a complementação do Inquérito Policial, após manifestação da Defesa". A defesa de Cristiano Atelier Roratto afirmou que "há indícios robustos de que o incêndio pode ter sido resultado de um ato criminoso". Leia abaixo na íntegra. O delegado Daniel Ordahi afirmou que a pousada não tinha condições para funcionar. De acordo com a investigação, o imóvel tinha espaços com madeira velha e instalações elétricas expostas. O delegado ainda explicou que a conclusão foi por incêndio culposo porque os indiciados não assumiram o risco do resultado, mas que foram "omissos" e "negligentes" em não adequar a pousada, no caso do dono, e em não reportar as irregularidades, no caso dos servidores. No entanto, enquanto a polícia viu omissão, o Ministério Público enxergou dolo eventual — quando se assume o risco de provocar um resultado. Essa diferença de interpretação levou o caso ao Tribunal do Júri. O MP concluiu que as autoridades e os responsáveis pela pousada sabiam do risco que representava manter o local funcionando como abrigo. Na sexta-feira (25), a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) decidiu que a 2ª Vara Criminal de Porto Alegre é competente para atuar no caso. Assim, o inquérito policial será analisado por uma das Varas do Júri de Porto Alegre, escolhida por sorteio pelo sistema eproc. Ao mesmo tempo, uma Comissão parlamentar de inquérito (CPI) está em curso, com a proposta de analisar o que provocou esse incêndio e as eventuais responsabilidades do proprietário da pousada e de pessoas vinculadas a prefeitura de Porto Alegre. Relação da pousada com a prefeitura Incêndio na Pousada Garoa em abril de 2025 Reprodução/ RBS TV O local, que é privado, recebia pessoas em situação de vulnerabilidade social. A empresa teve contrato renovado com a Prefeitura de Porto Alegre em dezembro de 2023 por mais 12 meses, ao custo de R$ 2,7 milhões. No entanto, conforme o secretário municipal de Assistência Social, Matheus Xavier, o modelo de hospedagem da Pousada Garoa não é mais feito pela secretaria, assim como a pasta "não tem mais nenhum tipo de convênio, tanto com a Garoa, como com qualquer tipo de hotel nessa hospedagem". "Os encaminhamentos foram feitos às pessoas que estavam nesse tipo de benefício, um benefício de hospedagem. Muitas delas foram encaminhadas para o auxílio moradia, onde tem acompanhamento técnico mensal, para nossas casas de passagem, que tem acompanhamento 24 horas para essas pessoas. Muitas delas também, em função da nossa enchente, foram para esses abrigos provisórios e, mutias delas, superaram a situação de rua", comenta Xavier. Imagens Vídeo mostra homem saindo de pousada antes de incêndio Imagens de câmeras de segurança entregues à CPI da Câmara de Vereadores levantaram suspeitas sobre a origem do fogo. Os vídeos mostram um homem de roupa clara e boné saindo da pousada por volta das 2h03, minutos antes do início das chamas. Outro homem, de camisa escura, também aparece apontando para o prédio e depois caminha em direção a ele. Veja acima. Os registros reacenderam a hipótese de incêndio criminoso, mencionada também por moradores em boletins de ocorrência. Segundo Ministério Público, não foi possível determinar de forma técnica e justificada o que provocou o incêndio na pousada, devido ao elevado grau de destruição que foi registrado no local. Além disso, não foi constatado problema em disjuntores nas áreas de dormitórios no primeiro pavimento. Nota da defesa de Cristiano Roratto "Nota Oficial: Pedido Judicial para Reabertura do Inquérito da Pousada Garoa, visto fortes indícios de Incêndio Criminoso por Terceiro. Diante das recentes alegações do Ministério Público e do contexto que envolve o incêndio na Pousada Garoa, a defesa de Cristiano Atelier Roratto vem a público manifestar-se de forma contundente. Embora reconheçamos o compromisso do Ministério Público em buscar a verdade, destacamos que os fatos apresentados até o momento demonstram graves lacunas investigativas. Há indícios robustos de que o incêndio pode ter sido resultado de um ato criminoso, envolvendo disputas entre facções rivais e atividades relacionadas ao tráfico de drogas. O depoimento de testemunhas e a análise pericial apontam para a atuação de terceiros, o que reforça a necessidade de uma apuração mais aprofundada. Tal situação já foi objeto de investigação, em outra filial da Pousada Garoa, onde tivemos a conclusão na investigação de incêndio, concluso como criminoso (doloso), fatos pretéritos que fortalecem a tese da defesa. A defesa estará protocolando requerimento formal ao juízo competente, solicitando a reabertura do inquérito policial nº 325/2024/100317-A. Esta medida é essencial para garantir que todas as hipóteses sejam devidamente apuradas, inclusive o envolvimento de um indivíduo identificado como "homem de camiseta amarela", além da análise de imagens de câmeras de segurança que podem fornecer elementos decisivos para elucidação do caso. Ressaltamos que a tentativa de associar a responsabilidade do incêndio ao investigado, que atuava exclusivamente em funções administrativas na Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), carece de fundamentação jurídica e probatória. A narrativa apresentada pelo Ministério Público, ao ignorar os indícios de crime organizado, compromete o devido processo legal e fere o direito à ampla defesa. Por isso, reiteramos nosso apelo à Justiça para que permita a continuidade das investigações, com a realização das diligências pendentes. Somente assim será possível alcançar a verdade dos fatos e assegurar que a responsabilidade seja atribuída de forma justa e precisa. Nosso compromisso é com a transparência e a busca por justiça, sem prejulgamentos ou distorções que possam macular a honra e a reputação de um cidadão injustamente acusado". VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/04/26/pousada-garoa-incendio-que-deixou-11-mortos-completa-um-ano-relembre-a-tragedia-e-veja-avancos-na-investigacao.ghtml


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